14.7.10

Reflexão Notícias # 4 (Entre marido e mulher... alguém que meta a colher)

"Três pessoas morreram, ao fim da noite de anteontem, em cenários de violência doméstica. Duas mulheres foram assassinadas com armas de fogo. No último ano, morreram 29 mulheres às mãos dos companheiros . Os crimes aumentam sempre no Verão.

Margarida Seguro Alves, tinha 54 anos. Miloca, como era conhecida da vizinhança, tinha 35. Ambas morreram, anteontem, assassinadas com armas de fogo pelos homens que um dia amaram.Os dois casos ocorreram, curiosamente, à mesma hora (21.30 horas), separados pelos poucos quilómetros que afastam o Estoril (Cascais) do Cacém (Sintra) e ambos estavam conotados com cenários de violência doméstica. Ambas as mulheres já tinham apresentado queixas às autoridades.

Margarida, vivia actualmente com José Freitas, de 49 anos. A relação era algo conturbada e, segundo uma amiga próxima, “não era a primeira vez que a Polícia era chamada”. Pelo menos em duas ocasiões, Margarida chegou a apresentar queixa do companheiro, mas acabou por as retirar. “Ela gostava muito dele e, por amor, aguentava tudo”, realçou a amiga e vizinha, contando que a relação só teve momentos de bonança quando a casa foi partilhada com a ex-mulher do homicida e os seus três filhos: “Viviam todos aqui e elas eram as duas muito amigas”. Aliás, foi a ex-companheira do agressor a alertar a Polícia para o cenário de violência. Quando o fogo começou a deflagrar entre a cozinha e a sala, a Unidade Especial de Polícia teve de intervir na tentativa de imobilizar o agressor. No entanto, quando conseguiram entrar na residência, cuja porta de entrada estava travada com móveis, já Margarida jazia ao lado do companheiro que, entretanto, se suicidou.

Pela mesma hora, no Casal do Cotão, no Cacém, outra mulher, Miloca, como era conhecida, era morta, na rua, com seis tiros no peito e na cara. O agressor será o seu ex-companheiro, que tentava há meses uma reaproximação. “Ela andava com medo. Antes de abrir a porta, espreitava sempre para a rua”, contou uma vizinha. Miloca, cabo-verdiana, vivia com os dois filhos, de 15 e 13 anos, fruto do relacionamento com o suposto agressor, que, ontem, até ao fecho desta edição andava fugido.

Segundo dados revelados, anteontem, pela UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, no último ano, 29 mulheres foram assassinadas pelos maridos, namorados ou ex-companheiros. Um número que este ano está a engrossar e que aumenta sempre nos meses de Verão. “Os meses de calor são os mais fatídicos. As pessoas estão de férias, há mais vida familiar e mais quezílias”, disse ao JN, Maria José Magalhães, presidente do organismo, ainda chocada com os últimos crimes e revelando que, em 2009, se registaram nove homicídios em Agosto."

Fonte: JN

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